Sabemos com certeza que ninguém gosta de erros, de errar ou de receber coisas erradas, mas isso não impede de erros acontecerem. A forma como empreendedores enfrentam seus erros é construtiva e acaba fornecendo muito mais elementos para a melhoria. A forma de encarar o erro é o que faz a diferença entre aproveitar o mesmo e a fuga da realidade de acreditar que o erro não aconteceu. Uma coisa que atrapalha bastante é a necessidade de colocar a culpa em alguém. Se percebe facilmente a diferença entre culpados e responsáveis. Culpados de erros são punidos mas pouco se faz para aprender com este mesmos erros. Responsáveis olham os erros e seguem buscando a árvore de causas para que se chegasse àquele erro. 

Justificar um erro sempre pode parecer ser uma forma de evitar de enfrentá-lo. Isso não é viável pois lembre-se: erros são necessários, erros são instrutores, erros nos ajudam a aprender. A diferença está na forma como se enfrenta estes erros.  A elaboração de uma justificativa se faz necessária sim. É a única forma viável para entender a origem do erro. Por isso o esforço do empreendedor para entender a árvore de causas ou a sucessão de erros que levaram àquele resultado não desejado. 

Então justificar pode não ser uma forma de fuga do erro mas uma forma de entender onde foi que foi cometido um erro. Ou seja, é preciso entender qual é a sua relação com a justificativa. Se você usa justificativa para dizer que não houve um erro ou para se isentar do erro, isso sim é um erro. Mas se você usar a justificativa para conseguir entender a origem do erro. Afinal justificar é dar um sentido ao erro, entender porque ele aconteceu. é bom lembrar que erros não são órfãos, eles tem pai e mãe, eles têm origem, dá até para dizer que são antepassados. 

A explosão ocorrida no Líbano em ago/2020 teve origem em atos e equívocos ocorridos vários anos antes da tragédia. Uma carga retida, papéis exigindo custos impraticáveis, a retenção de produto altamente explosivo. Entraves na liberação de papéis. Custos de multas e de desembaraço de alfândegas. Desta origem básica se pode analisar a sucessão de erros e quais as trágicas consequências dos mesmos. Os erros se somam e se multiplicam.

Como fonte de aprendizagem eles podem acelerar processos de estruturação de protocolos de segurança. Este foi o caso do incêndio na boate Kiss, que influenciou nos procedimentos de segurança de casa noturnas no mundo inteiro.

Para empreendedores, é preciso entender o erro para que o erro não volte a acontecer. Isso quer dizer que você pode então justificar para buscar a solução. Usar a justificativa para entender um erro e evitar que ele aconteça. Esse ato de justificar serve. Mas se você está tentando se justificar unicamente para se isentar do erro. Este justificar não serve. Observem que a mesma ação pode ter intenção bem diferente. Desta análise você pode entender onde estão e qual a diferença entre os responsáveis e os culpados. Responsáveis são pró ativos, culpados são quase vítimas. Você pode escolher o que você quer ser.